LEI Nº 9.338,
DE 28 DE SETEMBRO DE 2010
(Revogada pela Lei nº 12.358/2021)
Dispõe sobre denominação de "INNOCENTE BERCI" a um próprio
público de nossa cidade e dá outras providências.
Projeto de Lei nº 369/2010 - autoria
do Vereador GERVINO GONÇALVES.
A Câmara Municipal de Sorocaba decreta
e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1° Fica denominado "INNOCENTE BERCI" a um próprio
público - Oficina do Saber - localizado na Av. Américo Figueiredo, esquina com
a Rua Áureo Arruda e Rua Elizete Cardoso, no Conjunto Habitacional Júlio de
Mesquita Filho, nesta cidade.
Art. 2° A placa indicativa conterá, além do
nome, a expressão: "Cidadão Emérito 1911 - 2005 "
Art. 3° As despesas com a execução da presente
Lei correrão por conta das verbas próprias consignadas no orçamento.
Art. 4° Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação ficando expressamente revogada a Lei n° 8.052, de 11 de dezembro de 2006.
Palácio dos Tropeiros, em 28 de
setembro de 2010, 355º da Fundação de Sorocaba.
VITOR LIPPI
Prefeito Municipal
LUIZ ANGELO VERRONE QUILICI
Secretário de Negócios Jurídicos
PAULO FRANCISCO MENDES
Secretário de Governo e Relações
Institucionais
JOSÉ CARLOS CÔMITRE
Secretário da Habitação e Urbanismo
Publicada na Divisão de Controle de
Documentos e Atos Oficiais, na data supra
SOLANGE APARECIDA GEREVINI LLAMAS
Chefe da
Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais.
Esse texto não substitui o publicado no Diário Oficial.
JUSTIFICATIVA:
Innocente Bersi, brasileiro, natural de Jundiaí,
Estado de São Paulo, nascido aos 22 dias de novembro do ano de 1911, filho de
Giacomo Berzi e Maria Caldana,
ambos imigrantes italianos.
Innocente Bersi, carinhosamente chamado pelos
seus familiares e amigos de "Seu" Vicente, teve uma vida norteada
pelo trabalho, cuja aprendizagem já na infância se deu na labuta da lavoura.
A família italiana, que tirava o sustento da
terra, foi sua primeira e fundamental escola. Adentrando pela sua juventude
mudou-se para a Capital, onde em meio a crises econômicas e a necessidade de
ajudar a família, trabalhou nas Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo,
Vidraçaria Santa Maria, Trussardi entre outras.
Na década de 3D, vivencia as dificuldades
econômicas e sociais que o País experimenta e aos vinte e um anos, já casado
com Dona Helena, se apresenta como voluntário e em defesa da democracia e por
uma constituinte nacional.
Engaja-se no Movimento Revolucionário de 1932 -
MMDC. A experiência desta participação cívica e política lhe renderam o
sofrimento de ver irmãos brasileiros tombados sob a égide da ditadura, mas
também o florescer da esperança de um estado livre e do restabelecimento do
estado de direito.
O retorno da Revolução não foi tarefa fácil para
nenhum paulista digno e consciente e esses mesmos infortúnios foram vividos
pelo Sr. Innocente.
Trabalhador incansável Sr. Innocente
se dedica e estuda a arte da tecelagem tornado-se um
mestre respeitável nas indústrias do ramo têxtil do parque nacional.
Percorrendo os mais diversos rincões deste nosso país. Trabalha desde a
montagem industrial até no desenvolvimento de produtos.
Aposenta-se por tempo de serviços, mas por
necessidade e paixão pelo trabalho ainda continua por muito tempo na lida.
Mesmo diante de todas as dificuldades o Sr. Innocente e Dona Helena (falecida em junho de 2006 com 93
anos de idade) dedicaram muito carinho, afeto e trabalho na constituição da
família e na educação de seus três filhos; Elzi (já
falecida), Nelson (com 71 anos) e Celso (com 55 anos). Os valores éticos,
morais e cristãos nortearam a sua família.
A partir de 1985 adota Sorocaba como sua morada
definitiva e expande ainda mais seu rol de amizades, notadamente na Rua Dois do
Sorocaba I, onde vizinhos, parentes e amigos fazem de sua residência um ponto
de encontro para boas conversas e recordações.
Desde a juventude Sorocaba foi a sua menina dos
olhos, não só pelas características acolhedoras de seu povo, por ser uma cidade
do interior de São Paulo, pela marca da Estrada de Ferro Sorocabana, pelas
lembranças do parque têxtil e por tantos outros ícones representativos em sua
vida, mas também pelos laços de família e amizade arraigados nesta querida
cidade de Baltazar Fernandes.
"Seu" Vicente falece aos 10 de outubro
de 2005, com 94 anos bem vividos, com dedicação à família, aos amigos, as
coisas da natureza e ao seu País, do qual tanto se orgulhava.
"Seu" Vicente deixou filhos, netos e
bisnetos e muita saudade e mais do que isso deixou exemplo a todos que com ele
conviveram.