LEI Nº
13.384, DE 1 DE DEZEMBRO DE 2025.
Declara de Utilidade Pública ao INSTITUTO HUMBERTO
DE CAMPOS- IHC e dá outras providências.
Projeto de
Lei nº 288/2025 – autoria do Vereador João Donizeti Silvestre.
A Câmara
Municipal de Sorocaba decreta e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º
Fica declarado de Utilidade Pública, de conformidade com a Lei nº 11.093, de 6 de maio de 2015,
alterada pela Lei nº 11.327, de 23 de
maio de 2016, o Instituto Humberto de Campos - IHC.
Art. 2º
As despesas com a execução da presente Lei correrão por conta das verbas
próprias consignadas no orçamento.
Art. 3º
Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio
dos Tropeiros “Dr. José Theodoro Mendes”, em 1º de dezembro de 2025, 371º da
Fundação de Sorocaba.
FERNANDO
MARTINS DA COSTA NETO
Prefeito
Municipal
em
exercício
DOUGLAS
DOMINGOS DE MORAES
Secretário
Jurídico
AMÁLIA
SAMYRA TOLEDO EGÊA
Secretária
de Governo
ANA
CLAUDIA MARTINI FAUAZ
Secretária
da Cidadania
Publicada
na Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais, na data supra.
ANA
CAROLINA GOMES DOS SANTOS
Chefe da
Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais
Esse texto não substitui o publicado no
DOM em 05.12.2025
JUSTIFICATIVA:
O
Instituto na verdade constituído em 17 de maio de 1941, às 15h00min horas na
Rua três de dezembro, 48, 6º andar sala 11, na cidade de São Paulo, por uma
comissão formada por membros da Loja Maçônica Capital, Comércio e Ciências,
integrada pelos Senhores: Abrahão Figali, Itaiuty Carneiro Magalhães, Mario Câmara, João de Toledo
Salles e Capitão Andrade Serpa Sobrinho.
A ideia
inicial era fundar um orfanato destinado a amparar e educar os órfãos
necessitados, notadamente os filhos dos ferroviários. Nessa mesma reunião, foi
proposto e aprovado por unanimidade que o Orfanato receberia o nome de HUMBERTO
DE CAMPOS. O porquê dessa denominação: não tão somente pelo venerável nome,
popular em todas as camadas do Brasil, que representava uma bandeira vitoriosa,
portanto indício de grandes possibilidades para a campanha, como ainda porque
consagração maior não poderia almejar, do que servir seu nome como patrono de
um orfanato. De fato, ele que fora o contista dos humildes, o escritor dos
desesperados, dos carentes de corpo e de espírito de toda ordem, sempre teve
como impulso gerador de suas obras literárias um grande e intenso carinho
humano pelos sofredores. Consumado o ato, os fundadores efetuaram vários tipos
de campanhas, para angariar recursos, contando com ajuda dos ferroviários do
estado, nas cidades que recebia os serviços da Ferrovia.
O
Presidente da Ferrovia, sensibilizado aprovou a proposta da constituição do
orfanato, bem como várias empresas se dispuseram a ofertar terrenos para que a
sede fosse edificada. A divulgação da empreitada foi feita pela então Rádio
Piratininga e pelo jornal Folha Acadêmica de São Paulo, que anunciaram a venda
dos bilhetes da tômbola, cujo prêmio era um automóvel Ford, modelo 1941. O
sorteio foi realizado no dia 7 de dezembro, no saguão da ferrovia em São Paulo.
Em
01/02/1942, na Estação de Mailasky da Estrada de
Ferro Sorocabana, município de São Roque, foi lançada a pedra fundamental da
construção do orfanato, pelo então presidente da Ferrovia. Em 28 de novembro de
1948, a diretoria do Orfanato, propõe a Estrada de Ferro Sorocabana, que ao
invés de São Roque, fosse edificado em Sorocaba o que foi feito e em
consequência, cedeu um terreno de 99.694 m2, no distrito de Nossa Senhora da
Ponte, onde hoje está a sede do Instituto. Desnecessário registrar que a
participação da ferrovia na construção e manutenção da edificação, foi
decisiva, bem como foi autorizado o desconto em folha de pagamento dos
funcionários, para aqueles que quiseram construir com o Orfanato. Finalmente,
em 01 de maio de 1952, foram inaugurados dois pavilhões dormitórios, que foram
denominados: Adhemar de Barros e Dr. Lucas Nogueira Garcez, com capacidade para
abrigar 50 órfãos por pavilhão. Em 07 de junho de 1952, iniciaram-se os
trabalhos do ORFANATO HUMBERTO DE CAMPOS. Na ocasião discursaram os Srs. Mario
Câmara, presidente do Orfanato, que convidou o então governado Dr. Lucas Garcez
a descerrar ao Pavilhão Nacional.
Estiveram
na solenidade de inauguração, várias personalidades, destacamos a presença do
Presidente da Estrada de Ferro Sorocabana, Dr. Durval Muylaert, o Prefeito
Municipal de Sorocaba, além de Ministros e Secretários de Governo do Estado. Na
manchete do Jornal CRUZEIRO DO SUL, foi estampado:
No
Princípio o Instituto tinha como proposta atender 80% de filhos de empregados
da Estrada de Ferro e da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e
20% a critério da diretoria, isso para que a entidade pudesse ter direito a
subvenção extraordinária do governo federal. O Instituto atendia como internos
cerca de 500 crianças e adolescentes, de ambos os sexos, bem como funcionava o
Grupo Escolar Rural Humberto de Campos, onde existia o jardim de infância para
as crianças de 4 a 6 anos e o curso primário para os de 7 a 10 anos, sendo seu
primeiro diretor o
Professor
Genésio Flores. Em 1972, o Instituto passou a internar apenas órfãos do sexo
masculino. A partir de 13/07/ 1990, com a aprovação da Lei nº 8.069, que dispõe
sobre o Estatuto da Criança e do Menor Adolescente, deixa de internar as
crianças e firma convênio com a Prefeitura Municipal, passando a atender em
regime de externato.
Hoje o
Instituto atende cerca de 180 crianças e adolescentes, todos carentes,
compreendidos na faixa etária de 05 a 17 anos, complementando os estudos
fundamental e médio e com atividades culturais/recreativas, como teatro, balé,
sala de filmoteca, brinquedoteca, ginástica artística, coral, informática,
futebol de salão etc.