LEI Nº 9.431, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2010.
Autoriza o Município a celebrar convênio com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB e dá outras providências.
Projeto de Lei n° 539/2010 - autoria do EXECUTIVO
A Câmara Municipal de Sorocaba decreta e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1° Fica o Município autorizado a celebrar convênio com a CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, visando à execução dos procedimentos de licenciamento e fiscalização ambiental de atividades e empreendimentos de impacto local, bem como a correlata cooperação técnica e administrativa entre os partícipes, podendo receber auxilio financeiro e doações de veículos e equipamentos necessários à sua execução.
Parágrafo único. A minuta do termo de convênio e seu anexo I são parte integrante da presente Lei.
Art. 2° As despesas com a execução da presente Lei correrão por conta de dotações orçamentárias próprias.
Art. 3° Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.
Palácio dos Tropeiros, em 20 de Dezembro de 2010, 356º da Fundação de Sorocaba.
VITOR LIPPI
Prefeito Municipal
LUIZ ANGELO VERRONE QUILICI
Secretário de Negócios Jurídicos
PAULO FRANCISCO MENDES
Secretário de Governo e Relações Institucionais
RODRIGO MORENO
Secretário de Planejamento e Gestão
JOSÉ MILTON DA COSTA
Secretário da Segurança Comunitária
RODRIGO DO MORENO
Secretária de Gestão de Pessoas em Substituição
JUSSARA DE LIMA CARVALHO
Secretária de Meio Ambiente
SILVANA MARIA SINNISCALCO DUARTE CHINELATTO
Secretária de Gestão de Pessoas
Publicada na Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais, na data supra
SOLANGE APARECIDA GEREVINI LLAMAS
Chefe da Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais.
TERMO DE CONVÊNIO
QUE ENTRE SI CELEBRAM A CETESB - COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO E O
MUNICIPÍO DE SOROCABA, VISANDO À COOPERAÇÃO INSTITUCIONAL NAS ÁREAS DE
FISCALIZAÇÃO E LICENCIAMENTO AMBIENTAL.
(Processo nº
29.282/2010)
Pelo presente
instrumento, de um lado a CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo,
com sede na capital do Estado de São Paulo, à Av. Professor Frederico Hermann
Júnior, nº 345, inscrita no CNPJ do MF sob o n° 43.776.491/0001-70, neste ato
representada, na forma de seu Estatuto Social, por seu Diretor Presidente,
Fernando Cardozo Fernandes Rei e pelo seu Diretor de Licenciamento e Gestão Ambiental,
Marcelo de Souza Minelli, doravante denominada simplesmente CETESB, e o
Município de Sorocaba, com sede à Av. Carlos Reinaldo Mendes n° 3041, Alto da
Boa Vista, representado pelo Prefeito Municipal, Dr. Vitor Lippi, e com base no
artigo 23, inciso VI, da Constituição Federal, no artigo 191 da Constituição do
Estado de São Paulo, no artigo 6º da Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de
1981, no artigo 7º, inciso V da Lei Estadual nº 9.509, de 20 de março de 1997,
no parágrafo 3º, do artigo 57 do regulamento da Lei Estadual nº 997, de 31 de
maio de 1976, aprovado pelo Decreto Estadual nº 8.468, de 08 de setembro de
1976 com a redação que lhe foi dada pelo Decreto Estadual nº 47.397, de 04 de
dezembro de 2002 e na Deliberação CONSEMA nº 33, de 22 de setembro de 2009,
celebram o presente Convênio, mediante as cláusulas e condições seguintes:
CLÁUSULA PRIMEIRA
- OBJETO
1.1. Constitui objeto do presente CONVÊNIO a
cooperação técnica e administrativa entre os partícipes visando proteger o meio
ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas.
CLÁUSULA SEGUNDA - ATRIBUIÇÕES
2.1. Para a
execução do presente CONVÊNIO,
os partícipes têm as seguintes atribuições:
2.1.1 Compete à
CETESB:
a)
Organizar, coordenar, orientar e integrar, enquanto órgão seccional do
Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA e executor do Sistema Estadual de
Administração da Qualidade Ambiental - SEAQUA, responsável pelo controle
ambiental no âmbito do Estado de São Paulo, o cumprimento da Política Estadual
do Meio Ambiente, bem como as diretrizes governamentais fixadas para a
administração da qualidade ambiental, quando voltadas à execução deste CONVÊNIO;
b)
Promover a capacitação técnica dos profissionais habilitados do
Município de Sorocaba que venham a se envolver com os procedimentos de
licenciamento e fiscalização ambiental a que se reporta este CONVÊNIO;
c)
Prestar a cooperação técnica que lhe for solicitada pelo Município de
Sorocaba, visando o equacionamento dos problemas ambientais apreciados nos
processos de licenciamento e fiscalização;
d)
Repassar as informações cadastrais, bem como o histórico dos
procedimentos de licenciamento e fiscalização, relativos às atividades
licenciadas ou sob fiscalização no âmbito do Município de Sorocaba;
e)
Prestar cooperação técnica para implantação de cadastro de atividades;
f)
Desenvolver estudos conjuntos visando ao aprimoramento do licenciamento
e fiscalização ambiental;
g)
Atuar supletivamente quando o Município de Sorocaba omitir-se em relação
ao licenciamento ou a fiscalização ambiental de atividades e empreendimentos de
impacto local relacionados no Anexo I deste
CONVÊNIO;
h)
Promover
o licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos relacionados no
Anexo I deste CONVÊNIO, quando o Município de Sorocaba aferir que os impactos
ambientais, ainda que indiretos, ultrapassam ou possam ultrapassar os limites
territoriais do Município de Sorocaba.
2.2. Compete ao
Município de Sorocaba:
a)
Implantar e manter a infraestrutura legal, administrativa e técnica
necessária para a viabilização do sistema de licenciamento e fiscalização
ambiental nos termos
do objeto do presente CONVÊNIO,
inclusive com estruturação de Conselho Municipal de Meio Ambiente, com caráter
deliberativo e participação social;
b)
Licenciar e fiscalizar as atividades de impacto ambiental local,
conforme inseridos no seu campo de atuação legal, constantes do Anexo I deste CONVÊNIO;
c)
Analisar os documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e
realizar vistorias e inspeções técnicas, quando necessárias, observando a
legislação federal, estadual e municipal que regem o licenciamento e a fiscalização
ambiental, bem como as normas e diretrizes procedimentais da Secretaria de
Estado do Meio Ambiente e da CETESB;
d)
Avaliar a extensão territorial dos impactos ambientais das atividades
objeto de pedido de licenciamento e encaminhar esse pedido de licenciamento à CETESB para que
esta promova o licenciamento no caso de tais impactos, ainda que
indiretos, ultrapassarem os seus limites territoriais, ouvindo-se os municípios afetados;
e)
Dar publicidade dos pedidos de licenciamento a todos os municípios
limítrofes, assegurando-lhes o acesso às informações técnicas, especialmente
aquelas que permitam avaliar a extensão territorial dos impactos ambientais das
atividades objeto de pedido de licenciamento;
f)
Encaminhar os procedimentos administrativos relativos aos pedidos que
tiver protocolado junto à CETESB,
sempre que solicitado;
g)
Promover eventos e colaborar no desenvolvimento de medidas que visem ao
aprimoramento da fiscalização e do licenciamento ambiental;
h)
Inserir exigências de cunho ambiental e fiscalizar o seu cumprimento,
nos procedimentos de expedição ou renovação de alvarás ou autorizações para
construção, instalação ou operação de obras, atividades ou empreendimentos não elencados no Anexo I deste CONVÊNIO e que não estejam sujeitos ao licenciamento ambiental no
âmbito estadual ou federal, de forma a prevenir ocorrência de impactos
ambientais de vizinhança;
i)
Exercer a fiscalização das obras, atividades e empreendimentos já
instalados no território municipal que não estejam sujeitos ao regime de
licenciamento ambiental estadual ou federal, com vistas à mitigação dos
impactos ambientais de vizinhança verificados;
j)
Encaminhar para a capacitação técnica junto à CETESB, os profissionais
habilitados pertencentes ao seu quadro funcional ou que estejam formalmente à
sua disposição, que venham a se envolver com os procedimentos de licenciamento
e fiscalização ambiental a que se reporta este CONVÊNIO;
k)
Implantar e manter atualizado o cadastro de atividades sujeitas ao
licenciamento e fiscalização ambiental a que se reporta o presente CONVÊNIO;
l)
Elaborar relatório anual referente à emissão de licenças e imposição de
penalidades decorrentes da execução do presente CONVÊNIO e submetê-lo à CETESB.
CLÁUSULA TERCEIRA - VIGÊNCIA
3.1. O presente CONVÊNIO tem a vigência de 2 (dois)
anos, podendo ser prorrogado na forma de legislação pertinente, e mediante
celebração de termo aditivo, respeitado o limite de 5 (cinco) anos.
3.2. No prazo de
até 90 (noventa) dias, contados à partir da data de assinatura do presente CONVÊNIO, será realizada a capacitação
dos técnicos do Município de Sorocaba, sendo que, findo este prazo, deverá o
Município de Sorocaba iniciar os procedimentos de licenciamento e fiscalização
ambiental a que se reporta este CONVÊNIO.
CLÁUSULA QUARTA - RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS
4.1. O presente CONVÊNIO não importará em acréscimo de
despesa, devendo onerar tão somente as dotações ordinárias já consignadas nos
respectivos orçamentos de cada um dos partícipes.
4.2. O Município de
Sorocaba é responsável por todas as despesas em que incorrer, inclusive as
referentes a pessoal, sem direito de pleitear reembolso ou compensação a
qualquer título junto à CETESB.
4.3.
A CETESB é responsável
por todas as despesas em que incorrer, inclusive as referentes a pessoal, sem
direito de pleitear reembolso ou compensação a qualquer título junto ao
Município de Sorocaba.
CLÁUSULA QUINTA - DENÚNCIA E RESCISÃO
5.1.
Este CONVÊNIO poderá ser denunciado a qualquer tempo, por desinteresse
unilateral ou consensual dos partícipes, mediante notificação por escrito, com
prazo de antecedência mínima de 60 (sessenta) dias, ou rescindido por infração
legal ou descumprimento de qualquer de suas cláusulas ou condições.
CLÁUSULA SEXTA - FORO
6.1. O foro da
Comarca de São Paulo é o competente para dirimir as questões oriundas deste CONVÊNIO que os partícipes
administrativamente não puderem resolver.
E, por estarem de
acordo, firmam o presente CONVÊNIO
em 2 (duas) vias,
na presença das testemunhas abaixo qualificadas.
São Paulo,
Fernando Cardozo
Fernandes Rei
Diretor Presidente
CETESB - Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
Marcelo de Souza
Minelli
Diretor de
Licenciamento e Gestão Ambiental
CETESB - Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo
Vitor Lippi
Prefeito Municipal
Testemunhas:
1.
____________________________________________
(nome e RG)
2.
____________________________________________
(nome e RG)
ANEXO 1
LISTA DE
EMPREENDIMENTOS E ATIVIDADES DE IMPACTO AMBIENTAL LOCAL
1. Obras de
transporte exercido em âmbito intramunicipal, cujos impactos diretos não
ultrapassem o respectivo território:
·
Construção e ampliação de pontes, viadutos, passarelas e demais obras de
arte em vias municipais;
·
Recuperação de aterros e contenção de encostas em vias municipais;
·
Abertura e prolongamento de vias intramunicipais;
·
Recuperação de estradas vicinais e reparos de obras de arte em vias
municipais;
·
Heliponto;
·
Corredor de ônibus ou linha sobre trilhos para transporte urbano de
passageiros, intramunicipal, em nível elevado ou subterrâneo;
·
Terminal rodoviário de passageiros (exceto em Áreas de Proteção aos
Mananciais - APM, quando se tratar da Região Metropolitana de São Paulo).
2. Obras
hidráulicas de saneamento exercido em âmbito intramunicipal, cujos impactos
ambientais diretos não ultrapassem o território do município:
Reservatórios de água tratada e Estações
Elevatórias;
Adutoras de água intramunicipais;
·
Estações elevatórias de esgotos, coletores-tronco, interceptores, linhas
de recalque intramunicipais, desde que ligados a uma estação de tratamento de
esgotos;
·
Galerias de águas pluviais;
·
Canalizações de Córregos em áreas urbanas;
·
Desassoreamento de córregos e lagos em áreas urbanas;
·
Unidade de triagem de resíduos sólidos domésticos.
3. Projetos de
lazer, cujos impactos ambientais diretos não ultrapassem o território do
município.
4. Empreendimentos
e atividades do setor elétrico, cujos impactos ambientais diretos não
ultrapassem o território do município:
·
Linha de transmissão e linha de distribuição e respectivas subestações
desde que totalmente inseridas no território do município.
5. Obras essenciais
de infraestrutura destinadas aos serviços de telecomunicação e radiodifusão,
cujos impactos ambientais diretos não ultrapassem o território do município.
6. Empreendimentos
e atividades industriais, cujos impactos ambientais diretos não ultrapassem o
território do município:
6.1. Fabricação de:
·
Sorvetes e outros gelados comestíveis;
·
Biscoitos e bolachas;
·
Massas alimentícias;
·
Artefatos têxteis para uso doméstico;
·
Tecidos de malha;
·
Acessórios do vestuário, exceto para segurança e proteção;
·
Tênis de qualquer material;
·
Calçados de material sintético;
·
Partes para calçados, de qualquer material;
·
Calçados de materiais não especificados anteriormente;
·
Esquadrias de madeira e de peças de madeira para instalações industriais
e comerciais;
·
Artigos de carpintaria para construção;
·
Artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira;
·
Artefatos diversos de madeira, exceto móveis;
·
Artefatos diversos de cortiça, bambu, palha, vime e outros materiais
trançados, exceto móveis;
·
Formulários contínuos;
·
Produtos de papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado para uso
comercial e de escritório;
·
Produtos de papel para uso doméstico e higiênico-sanitários, não
especificados anteriormente;
·
Produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papelcartão e papelão
ondulado não especificados anteriormente;
·
Artefatos de borracha não especificados anteriormente;
·
Embalagens de material plástico;
·
Tubos e acessórios de material plástico para uso na construção;
·
Artefatos de material plástico para uso pessoal e doméstico;
·
Artefatos de material plástico para usos industriais;
·
Artefatos de material plástico para uso na construção, exceto tubos e
acessórios;
·
Artefatos de material plástico para outros usos não especificados
anteriormente;
·
Artefatos de cimento para uso na construção;
·
Esquadrias de metal;
·
Artigos de serralheria, exceto esquadrias;
·
Equipamentos de informática;
·
Periféricos para equipamentos de informática;
·
Máquinas de escrever, calcular e outros equipamentos nãoeletrônicos para
escritório, peças e acessórios;
·
Geradores de corrente contínua e alternada, peças e acessórios;
·
Móveis com predominância de madeira;
·
Móveis com predominância de metal;
·
Móveis de outros materiais, exceto madeira e metal;
·
Colchões;
·
Artefatos de joalheria e ourivesaria;
·
Aparelhos e utensílios para correção de defeitos físicos e aparelhos
ortopédicos em geral;
·
Escovas, pincéis e vassouras.
6.2. Demais
empreendimentos industriais ou de serviços, cujos impactos ambientais diretos
não ultrapassem o território do município:
1.
Impressão de material para uso publicitário;
2.
Impressão de material para outros usos;
3.
Edição integrada à impressão de livros;
4.
Lapidação de gemas;
5.
Aparelhamento de pedras para construção, exceto associado à extração;
6.
Produção de artefatos estampados de metal;
7.
Atividades de gravação de som e de edição de música;
8.
Edição de cadastros, listas e outros produtos gráficos;
9.
Edição integrada à impressão de cadastros, listas e outros produtos
gráficos;
10.
Reforma de pneumáticos usados;
11.
Envasamento e empacotamento sob contrato;
12.
Comércio varejista de combustíveis para veículos automotores, a partir
da primeira renovação da licença de operação emitida pela CETESB e mediante a
capacitação de equipe técnica do Município de Sorocaba para a gestão de
passivos ambientais, por meio de programa oferecido pela CETESB;
13.
Empreendimentos e atividades que queimem combustível sólido ou líquido
abaixo descritas:
·
Hotéis;
·
Apart-hotéis;
·
Motéis;
·
Lavanderias;
·
Tinturarias.
7. Coleta de
resíduos não-perigosos, cujos impactos ambientais diretos não ultrapassem o
território do município.
8. Cemitérios,
cujos impactos ambientais diretos não ultrapassem o território do município.
9. Supressão de
árvores nativas isoladas e de exemplares arbóreos de espécies exóticas, cujos
impactos ambientais diretos não ultrapassem o território do município.
10. Corte de
árvores nativas isoladas incluídas nas listas oficiais de espécies ameaçadas de
extinção, observado o disposto na Resolução SMA 18/07, cujos impactos
ambientais diretos não ultrapassem o território do município.
11. Intervenção em
Área de Preservação Permanente (APP) em área urbana, nos casos permitidos pela
legislação, quando a área se apresentar sem vegetação, árvores isoladas ou com
vegetação em estágio pioneiro de regeneração.
12.
Intervenção em Área de Preservação Permanente (APP) em área urbana, nos
casos permitidos pela legislação, quando a área se apresentar com vegetação em
estágio inicial de regeneração, mediante anuência prévia da CETESB.
Sorocaba, 24 de
novembro de 2010.
SEJ-DCDAO-PL-EX-137/2010.
Processo nº
29.282/2010
Senhor Presidente:
Temos
a honra de encaminhar para apreciação e deliberação dessa E. Câmara o incluso
Projeto de Lei que autoriza o Município a
celebrar convênio com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo -
CETESB e dá outras providências.
O
artigo 225 da Constituição Federal, promulgada em 1988, estabelece que
"todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder
público e à coletividade o dever de preservá-lo e defendê-lo para as presentes
e futuras gerações".
Essa
Carta Magna estabelece no seu artigo 23 que é competência comum da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e
combater a poluição em qualquer de suas formas (inciso VI); e, preservar as
florestas, a fauna e a flora (inciso VII).
De
acordo com o artigo 6° da Lei Federal nº 6.938, de 31/08/1981, que instituiu a
Política Nacional do Meio Ambiente, os órgãos e entidades da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as
fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria
da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente -
SISNAMA.
Os
municípios participam da estrutura do SISNAMA na qualidade de órgão local,
definido como os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e
fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
Considerando
essa competência legal, a Resolução CONAMA nº 237, de 19/12/97 estabeleceu no
seu artigo 6°, que compete ao órgão ambiental municipal, ouvidos os órgãos
competentes da União, dos Estados e do Distrito Federal, quando couber, o
licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades de impacto ambiental
local e daquelas que Ihe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou
convênio.
Por
sua vez, a Constituição do Estado de São Paulo estabelece no seu artigo 180 que
"no estabelecimento de diretrizes e normas relativas ao desenvolvimento
urbano, o Estado e os Municípios assegurarão: III - a preservação, proteção e
recuperação do meio ambiente urbano e cultural; IV - a criação e manutenção de
áreas de especial interesse histórico, urbanístico, ambiental, turístico e de
utilização pública".
Consta
ainda do seu artigo 191 que: "O Estado e os Municípios
providenciarão, com a
participação da coletividade,
a preservação, conservação,
defesa,
recuperação e
melhoria do meio ambiente natural, artificial e do trabalho, atendidas as
peculiaridades regionais e locais e em harmonia com o desenvolvimento social e
econômico."
Ainda
que a legislação vigente estabeleça claramente a competência dos Municípios na
proteção ambiental, esse ente federativo não vem assumindo seu papel de forma
integral. Exemplo dessa afirmação é o fato de que, no Estado de São Paulo, todo
o processo de licenciamento ambiental vinha sendo conduzido na esfera estadual
uma vez que não se tinha um entendimento consensual quanto à definição de
impacto local, e dos empreendimentos e atividades enquadradas nessa condição.
Essas
dúvidas começam a ser dirimidas de forma mais explicita com a promulgação do
Decreto Estadual nº 47.397, de 04/12/2002, que traz uma listagem de atividades
potencialmente poluidoras que podem ser objeto de licenciamento ambiental
procedido pelo Município. Estabelece como condição que este tenha implementado
o Conselho Municipal de Meio Ambiente, possua em seus quadros ou à sua
disposição profissionais habilitados, e tenha legislação ambiental específica e
em vigor.
Mais
recentemente o Conselho Estadual do Meio Ambiente - CONSEMA, por meio da
Deliberação Consema nº 33/2009, de 22 de setembro de 2009, estabeleceu as
diretrizes para a descentralização do licenciamento ambiental no Estado de São
Paulo.
O
Artigo 3º dessa deliberação estabelece as condições para o exercício do
licenciamento ambiental pelo Município, quais sejam: demonstrar a existência e
funcionamento regular de Conselho Municipal de Meio Ambiente, de caráter
deliberativo e composto paritariamente por órgãos do setor público e entidades
da sociedade civil; contar, nos quadros do órgão municipal ambiental, com
equipe multidisciplinar formada por profissionais qualificados, legalmente
habilitados pelos seus respectivos órgãos de classe e com especialização
compatível com o bom desempenho das atividades a serem desenvolvidas; contar
com sistema de monitoramento e fiscalização ambiental que garanta o cumprimento
das exigências e condicionantes das licenças expedidas.
Consta
do Artigo 4º desse dispositivo legal que o "município poderá firmar
Convênio de Cooperação Técnica com a CETESB, objetivando o aprimoramento do
sistema ambiental municipal, no qual deverá ser previsto, dentre outras ações,
o treinamento da equipe da prefeitura em licenciamento e controle, e do qual se
dará publicidade, mediante publicação no Diário Oficial do Estado e no Diário
Oficial do Município."
Vários Municípios já realizam o licenciamento e
expedem as licenças ambientais. É o caso de Araraquara, Bertioga, Campinas,
Guarulhos, Itaquaquecetuba, Lins, Lorena, Presidente Bernardes, Ribeirão Pires,
Ribeirão Preto, Rio Claro, Santo André, São Carlos, São Vicente, Tatuí, e
Valinhos, que possibilitam ao empreendedor dessas cidades um procedimento mais
ágil, com as licenças urbanísticas e ambientais sendo emitidas pelo mesmo
órgão, a prefeitura. Esse procedimento reduz-se uma etapa burocrática sem
relaxar as exigências legais e técnicas. Também já firmaram o convênio e
preparam-se para licenciar as prefeituras de Atibaia, Colina, Martinópolis,
Porto Feliz e Sertãozinho.
Face
ao exposto torna-se necessário que o Município de Sorocaba assuma, de forma
mais efetiva, sua competência na proteção do meio ambiente, onde o
licenciamento ambiental constitui-se em importante instrumento para
implementação dessa determinação constitucional, a exemplo do que já ocorre nos
municípios paulistas acima citados, permitindo maior agilidade na emissão das
licenças ambientais com ganho efetivos para a comunidade.
Estando
dessa forma plenamente justificada a presente proposição, eis que notório o
interesse público que a reveste, aguardamos sua transformação em Lei e
solicitamos que a apreciação da mesma se dê em regime de urgência, nos estritos
termos do artigo 44, §1º, da Lei Orgânica do Município de Sorocaba.
Atenciosamente.
VITOR LIPPI
Prefeito Municipal
Ao
Exmo. Sr.
MÁRIO MARTE MARINHO
JÚNIOR
DD. Presidente da
Câmara Municipal de
SOROCABA
PL - Cestesb licenciamento.