LEI Nº
12.908, DE 1º DE NOVEMBRO DE 2023.
Cria o “Dia
Municipal da Liberdade de Imprensa”.
Projeto de
Lei nº 86/2022, do Edil Dylan Roberto Viana Dantas
A Câmara
Municipal de Sorocaba decreta e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º Fica
instituído no Município de Sorocaba, a ser comemorado anualmente sempre no dia
19 de agosto, o Dia Municipal da Liberdade de Imprensa.
§ 1º A data
criada no caput deste artigo será adicionada ao calendário oficial do
município.
§ 2º Além dos
veículos de mídia tradicionais, o termo “imprensa”, compreende também os meios
de difusão de informação descentralizada.
Art. 2º As
despesas com a execução da presente Lei correrão por conta de verba
orçamentária própria.
Art. 3º Esta
Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos
Tropeiros “Dr. José Theodoro Mendes”, em 1º de novembro de 2023, 369º da
Fundação de Sorocaba.
RODRIGO
MAGANHATO
Prefeito
Municipal
DOUGLAS
DOMINGOS DE MORAES
Secretário
Jurídico
AMÁLIA SAMYRA
DA SILVA TOLEDO
Secretária de
Governo
CLAYTON CESAR
MARCIEL LUSTOSA
Secretário da
Cidadania
FERNANDA
BURATTINI MONTEIRO DE CARVALHO
Secretária de
Comunicação
Publicada na
Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais, na data supra.
ANDRESSA DE
BRITO WASEM
Chefe da
Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais
Esse
texto não substitui o publicado no DOM em 08.11.2023.
JUSTIFICATIVA:
No dia 19 de
agosto de 2021 foram aprovados dois requerimentos analisados pela CPI da
Covid-19 solicitando autorização para se cometer o maior crime contra a
liberdade de imprensa já praticado no Brasil. Diversos alvos foram atingidos,
dentre eles veículos de imprensa e empresas da área do jornalismo
investigativo, todos considerados de direita. Ficou evidente a perseguição
descabida aos veículos de imprensa que desafiavam a hegemonia da velha mídia
corrompida.
Dentre as
empresas perseguidas estava a Brasil Paralelo, empresa de mídia que, desde
2016, lança documentários desafiando perspectivas de mundo hegemônicas entre
intelectuais brasileiros. A quantidade de informações relacionadas à produtora
Brasil Paralelo às quais os senadores desejavam ter acesso era ilegalmente
ampla, incluindo as comunicações telefônicas, telemáticas, bancárias e fiscal.
O fundador e
executivo da produtora Brasil Paralelo, Henrique Viana, explicou o processo de
perseguição pelo qual a empresa ainda está passando. Segundo Viana, “A Brasil
Paralelo vive uma situação de não poder exercer sua liberdade de expressão”,
lamentou. “Uma empresa como a nossa, que possuí mais de 15 milhões de
espectadores únicos, precisa de seu direito à liberdade de expressão garantido,
mas nós não temos isso no Brasil.”
De acordo com
Viana, a Brasil Paralelo tem a mesma natureza de veículos de comunicação; por
isso, deve ter seus direitos à liberdade de expressão e liberdade de imprensa
preservados. “Nos sentimos intimidados, fragilizados, nas mãos de determinados
políticos”, disse. “Porém, não temos nada a esconder. Em live que fizemos,
abrimos todas as nossas informações financeiras.”
O empresário
avalia que a insegurança jurídica existente no Brasil prejudica os produtores
de conteúdo. “No fundo, está sendo declarada uma guerra — não apenas por parte
dos políticos, mas também por setores da imprensa, que parecem não ver que seu
próprio direito à liberdade de expressão está sendo cassado”, criticou. “Eles
estão do lado dos políticos da CPI.” O pedido de quebra de sigilo foi
apresentado pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Humberto Costa (PT-PE).
"Pagamos
nossos impostos em dia para financiar essa estrutura estatal que agora —
segundo consta — pode nos perseguir por não repetirmos a narrativa que lhe
convém", informa a Brasil Paralelo. "Nossa luta é justamente para
desmascarar os políticos corruptos, contra os quais não faltam denúncias. E
caso esses mesmos políticos queiram nos investigar, não há problema, pois não
temos o que temer", acrescenta.
A empresa
ainda informa estar "ansiosa" para depor na CPI caso a investigação
se confirme. "Nunca 'disseminamos desinformação'. Pelo contrário. Até
hoje, ganhamos todos os processos contra quem nos fez essa acusação ou divulgou
fake news contra nossa empresa", comunica a
Brasil Paralelo.
"Talvez
o espanto de alguns com o nosso sucesso seja explicado pelo fato de nos medirem
pela sua própria régua", comenta. "Para eles, somente com dinheiro
público, e atendendo a interesses políticos de quem está no poder, seria
possível prosperar em um mercado como o nosso", complementa.
E como justa
homenagem aos veículos de imprensa perseguidos no caso acima e em outras
ocasiões e buscando reafirmar o compromisso do sorocabano para com a Liberdade,
propomos o “Dia Municipal da Liberdade de Imprensa” e pedimos o voto favorável
de todos os pares que apoiam e respeitam essa causa.