LEI Nº 12.072, DE 24 DE SETEMBRO DE 2019.

 

Dispõe sobre a denominação de "Laura da Silva Cardoso (Dona Joia)" a um próprio municipal e dá outras providências.

 

Projeto de Lei nº 240/2019 - autoria do Vereador JOÃO DONIZETI SILVESTRE.

 

A Câmara Municipal de Sorocaba decreta e eu promulgo a seguinte Lei:

 

Art. 1º  Fica denominada "Laura da Silva Cardoso (Dona Joia)" a Escola Infantil, localizada na Rua Julio Pereira de Souza, Jardim Eliana, Bairro Cajuru.

 

Art. 2º  As despesas com a execução da presente Lei correrão por conta de verba orçamentária própria.

 

Art. 3º  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, ficando expressamente revogada a Lei nº 10.974, de 30 de setembro de 2014.

 

Palácio dos Tropeiros, em 24 de setembro de 2019, 365º da Fundação de Sorocaba.

 

JAQUELINE LILIAN BARCELOS COUTINHO

Prefeita Municipal

ROBERTA GLISLAINE APARECIDA DA PENHA SEVERINO GUIMARÃES PEREIRA

Secretária dos Assuntos Jurídicos e Patrimoniais

MÁRCIO ROGÉRIO DIAS

Secretário do Gabinete Central

WANDERLEI ACCA

Secretário da Educação

Publicada na Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais, na data supra.

VIVIANE DA MOTTA BERTO

Chefe da Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais

 

Esse texto não substitui o publicado no DOM de 30.09.2019

 

JUSTIFICATIVA:

 

Sim, a Jóia é a cidadã Laura da Silva Cardoso, que nasceu no bairro em junho de 1921, onde seus pais Pedro Natividade da Silva e Delfina Gonçalves da Silva residiam. Jóia cresceu vendo as precariedades estruturais do bairro, sentindo-a em sua própria família. Em 1942 ela se casou com o funcionário público estadual, senhor João Cardoso.

Ela permaneceu residindo naquele bairro em que estavam suas raízes familiares, e logo se destacou por uma personalidade forte, que se movia por duas grandes motivações: cuidar bem de sua vida e seus familiares e ainda bem cuidar da sua comunidade. Consciente de seu papel de cidadã, mãe, e líder comunitária!

Foi assim que ela organizou a primeira Associação de Moradores, da qual se tornou a sua primeira presidente, impondo a si mesma uma grande missão: organizar as cidadãs e cidadãos e incentivá-los a lutar por seus direitos e pelas melhorias de que necessitava a comunidade.

"Desde sempre ela exerceu com pleno vigor a sua cidadania e condição de líder. Nunca se intimidou diante de qualquer dificuldade que tivesse para alcançar a satisfação dos legítimos interesses comunitários", diz o vereador João Donizeti, que a conheceu muito antes de ser vereador, mas líder comunitário.

Sua determinação era tanta e tão forte que todos a respeitavam e, com justiça, foram anos após anos cultivando-a como líder. Foi assim que ela enfrentou as madrugadas para auxiliar os moradores necessitados quando não havia ainda um pronto-socorro à disposição deles, e nem uma ambulância que pudesse atender a um doente com a velocidade que ele necessitava.

Organizou as mulheres, os grupos de moradores, para movimentos reivindicatórios, e incutiu em todos a ideia de o quanto era legítimo e justo fazer com que os administradores públicos ouvissem o clamor daquela comunidade, tal como justos e legítimos eram os pedidos que eles faziam. Não temeu as estradas de terra de outrora, nem a falta de luz, nem a longa distância do centro, e nunca recuou diante de qualquer desafio.

Assim ela foi crescendo e fortalecendo a sua liderança, já indispensável para aquela comunidade que a admirava, e a tinha em grande carinho e consideração. Sua presença no Legislativo e no Executivo, nos melhores anos de sua luta, era constante.

Ela desfrutava de um reconhecimento muito grande. E dada a sua seriedade, também era merecedora de um respeito nos Poderes aos quais fosse à porta bater. Esse é o grande trunfo de quem é independente, desenvolve lutas com base ética e não se deixa cooptar por qualquer interessado em manipular sua liderança. Ela chegava nos ambientes de trabalho fosse do vereador, fosse do prefeito, e batia na porta, sendo sempre muito bem acolhida. Aprendi muito com ela nos meus primeiros anos de liderança comunitária", disse o vereador João Donizeti.

Com o crescimento urbano, o bairro foi perdendo as suas características rurais. E quanto mais ele avançava, mais e novos problemas iam surgindo. E todos tinham, em dona Jóia, uma porta-voz ideal. Com justiça, portanto, ela construiu, uma grande prestigio de líder comunitária, que deu exemplos de cidadania. E por isso detém em si mesma muito da história daquele bairro, e da própria história das organizações comunitárias em nossa cidade.

Laura da Silva Cardoso faleceu aos 93 anos de idade no dia 02/03/2015 no Bairro Cajuru cidade de Sorocaba.