LEI Nº 12.060, DE 2 SETEMBRO DE 2019.
Dispõe
sobre normas gerais urbanísticas para Instalação de Estruturas de Suporte de estações
Rádio Base (ERB) e equipamentos afins autorizados e homologados pela ANATEL
Agência nacional de Telecomunicações; dispõe sobre normas de instalação,
operação e níveis de radiação emitidas por antenas fixas do sistema móvel
celular e dá outras providências.
Projeto
de Lei nº 212/2019 - autoria do EXECUTIVO
A
Câmara Municipal de Sorocaba decreta e eu promulgo a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º A instalação, no
município de Sorocaba, de Estruturas de Suporte das Estações Rádio Base e
equipamentos afins autorizados e homologados pela Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL), destinadas à operação de serviços de
telecomunicações, fica disciplinada por esta Lei, sem prejuízo do disposto na
Legislação Nacional pertinente.
Parágrafo único. Não estão sujeitos às prescrições previstas nesta
Lei os radares militares e civis, com propósito de defesa ou controle de
tráfego aéreo, cujo funcionamento deverá obedecer a regulamentação própria.
Art. 2º Para os fins de
aplicação desta Lei, e em conformidade com a regulamentação expedida pela
ANATEL, observam-se as seguintes definições:
I - Áreas Precárias - Áreas irregularmente urbanizadas;
II - Antena - Dispositivo para irradiar ou capturar ondas
eletromagnéticas no espaço;
III - Detentora - Empresa proprietária da Estrutura de Suporte;
IV - ERB Móvel - A Estação Rádio Base instalada para permanência
máxima de 06 (seis) meses para cobrir demandas específicas, tais como eventos,
convenções, etc.;
V - Estação Rádio Base (ERB) - Conjunto de equipamentos ou
aparelhos, dispositivos e demais meios necessários à realização de comunicação,
seus acessórios e periféricos que emitem radiofrequências e, quando for o caso,
as instalações que os abrigam e complementam;
VI - Estruturas de Suporte - Meios físicos fixos construídos para
dar suporte a estações transmissoras de radiocomunicação, entre os quais
postes, torres, mastros, armários, estruturas de superfície e estruturas
suspensas;
VII - Instalação Externa - Instalação em locais não confinados,
tais como torres, postes, topo de edificações, fachadas, caixas d´água, etc.;
VIII - Instalação Interna - Instalação em locais confinados, tais
como no interior de edificações, túneis, shoppings, aeroportos, estádios, etc.;
IX - RNI - Radiação Não Ionizante;
X - Solicitante - Prestadora interessada no Compartilhamento de
Infraestrutura.
Art. 3º As Estações Rádio
Base e as respectivas Estruturas de Suporte ficam enquadradas na categoria de
equipamento urbano e são considerados bens de utilidade pública, conforme
disposto na letra "b", do inciso VIII, do art. 3º, da Lei
Nacional nº 12.651, de 25 de maio de 2012 - do Código Florestal, podendo
ser implantadas em todas as zonas ou categorias de uso, desde que atendam ao
disposto nesta Lei.
§ 1º Em bens privados, é permitida a instalação e o funcionamento
de Estações Rádio Base e das respectivas Estruturas de Suporte, mediante a
devida autorização do proprietário do imóvel ou detentor do título de posse.
§ 2º Nos bens públicos de todas as categorias, é permitida a
instalação e o funcionamento de Estações Rádio Base e das respectivas
Estruturas de Suporte, mediante a devida permissão de uso, que será outorgada
pelo Município por Decreto do Executivo, a título não oneroso, e formalizado
por Termo de Recebimento e Responsabilidade, do qual deverão constar as
cláusulas convencionais e o atendimento aos parâmetros de ocupação dos bens
públicos.
§ 3º Em razão da utilidade pública dos serviços regulados nesta
Lei, o Município pode permitir o uso da área pública na forma prevista no
parágrafo anterior para qualquer particular interessado em realizar a
instalação de Estações Rádio Base sendo, nesses casos, inexigível o processo
licitatório, nos termos do artigo 25, da Lei Federal nº
8.666/1993, desde que de caráter não exclusivo.
§ 4º As condições estabelecidas pelo poder público municipal para
a instalação e o funcionamento de Estações Rádio Base e das respectivas
Estruturas de Suporte, deverão conciliar-se com as políticas públicas
aplicáveis aos serviços de telecomunicações.
Art. 4º Não estará sujeita
ao licenciamento municipal estabelecido nesta Lei, bastando a interessada
comunicar previamente a instalação ao órgão municipal competente:
I - a instalação de ERBs móveis;
II - a instalação interna de ERBs;
III - a instalação externa de ERBs que não dependam da construção
civil de novas infraestruturas ou não impliquem na alteração da edificação
existente no local;
IV - a instalação de ERBs que não causem impacto visual e/ou que
sejam de pequeno porte.
§1º São consideradas ERBs que não causam impacto visual as que
tiverem os seus equipamentos instalados em mobiliário urbano, no interior de
edificações, camuflados ou harmonizados em fachadas de prédios ou ocultos.
§2º São consideradas ERBs
de pequeno porte as que sejam de pequenas dimensões e operem com baixa potência
de transmissão.
Art. 5º Será admitido
processo de licenciamento simplificado quando:
I - a estrutura de suporte tiver altura máxima de 6 (seis) metros;
ou
II - em casos de compartilhamento em instalações já licenciadas.
Art. 6º O limite máximo de
emissão de radiação eletromagnética, considerada a soma das emissões de
radiação de todos os sistemas transmissores em funcionamento em qualquer
localidade do Município, será aquele estabelecido em legislação nacional para
exposição humana aos campos elétricos, magnéticos ou eletromagnéticos.
Art. 7º O compartilhamento
das Estruturas de Suporte pelas prestadoras de serviços de telecomunicações que
utilizam estações transmissoras de radiocomunicação, observará as disposições
do art. 10 da Lei
Nacional nº 11.934, de 5 de maio de 2009, e deverá ser estimulado pelo
Poder Executivo Municipal.
CAPÍTULO II
DAS RESTRIÇÕES DE INSTALAÇÃO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Art. 8º A instalação das
torres e postes no município de Sorocaba obedecerão aos seguintes recuos
mínimos:
I - nas zonas de uso ZR-1, ZR-2, ZR-3, ZPI, ZC, CCSs, CCI e CCR,
definidas no Plano Diretor vigente, o recuo das divisas será de, no mínimo:
a) 1,50m (um metro e meio) para estruturas de até 10,00m (dez metros)
de altura, contados aqueles da base da estrutura, ressalvada hipótese prevista
na alínea "c" deste inciso;
b) para instalações acima de 10,00m (dez metros) de altura, sobre
a metragem mínima prevista na alínea anterior (1,50m) deverá haver um acréscimo
correspondente a um décimo da altura que exceder aos 10,00 (dez) metros,
igualmente ressalvada hipótese prevista na alínea "c" deste inciso; e
c) 5,00m (cinco metros) quando o recuo de frente e de fundos fizer
divisa com a via pública.
II - nas demais zonas, o recuo mínimo será o mesmo previsto no
Plano Diretor em vigor;
§ 1º Quando o recuo de frente e de fundos fizer divisa com a via
pública, a metragem mínima prevista nos incisos I e II do caput deste artigo
deverá ser, no mínimo, 5,00m (cinco metros).
§ 2º Poderão ser autorizadas a instalação de Estações Rádio Base e
das respectivas Estruturas de Suporte, desobrigadas das limitações previstas
neste artigo, nos casos de impossibilidade técnica para prestação dos serviços,
compatíveis com a qualidade exigida, devidamente justificada junto ao órgão
municipal competente, mediante laudo que justifique detalhadamente a
necessidade de instalação e os prejuízos pela falta de cobertura no local, e
desde que:
I - não exista prejuízo para a ventilação do imóvel vizinho;
II - não seja aberta janela voltada para a edificação vizinha.
§ 3º Fica vedada a instalação de ERB com distância inferior a 300
(trezentos) metros de outro equipamento semelhante, bem como dentro de um raio
de 100 (cem) metros de instituições hospitalares e de educação infantil.
§ 4º Para se aprovar a construção ou funcionamento de instituição
hospitalar ou instituição de educação infantil deverão ser verificadas,
previamente, as distâncias de mínimas de 300 m e de 100 m de ERB já existente.
§ 5º Quando da aprovação de uma ERB, após a emissão do Certificado
de Conclusão de Obra, o P.A. - Processo Administrativo deverá ser encaminhado
pra DPUS- Divisão de Parcelamento e Uso do Solo para cadastramento em mapa ou
em forma georreferenciada para consultas futuras de construções e instalação de
torres, instituições hospitalares e instituições escolares infantis.
Art. 9º Fica proibida a
instalação de equipamentos de transmissão, retransmissão, contêineres e antenas
no topo e nas fachadas de edificações residenciais, comerciais e industriais,
que possam trazer prejuízos ao patrimônio histórico, artístico, arquitetônico,
ambiental ou paisagístico, devendo, para tanto, ser ouvidos os conselhos
municipais competentes.
Art. 10. A instalação das
Estruturas de Suporte das Estações Rádio Base deverá seguir normas de
segurança, mantendo suas áreas devidamente isoladas e aterradas, conforme as
prescrições da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Art. 11. Os equipamentos
que compõem a ERB deverão receber se necessário, tratamento acústico para que,
no receptor, o ruído não ultrapasse os limites máximos permitidos para cada
zona de uso, estabelecidos em legislação pertinente, dispondo, também, de
tratamento antivibratório, de modo a não acarretar incômodo à vizinhança.
CAPÍTULO III
DA OUTORGA DO ALVARÁ DE CONSTRUÇÃO E DO CERTIFICADO DE CONCLUSÃO
DE OBRA
Art. 12. A implantação no Município
das Estruturas de Suporte das Estações Rádio Base dependerá da expedição de
Alvará de Construção e da respectiva autorização do órgão ambiental competente
ou do órgão gestor, quando se tratar de instalação, respectivamente, em Área de
Preservação Permanente ou Unidade de Conservação e será precedida de
apresentação pela empresa interessada de projetos e laudos técnicos aprovados:
I - de medição de emissão de radiação eletromagnética;
II - do Serviço Regional de Proteção ao Voo (SRPV) e pelo Comando
Aéreo Regional (COMAR).
Art. 13. O pedido de Alvará
de Construção será apreciado pela Secretaria de Planejamento e Projetos -
SEPLAN e abrangerá a análise dos requisitos básicos a serem atendidos nas fases
de construção e instalação, observadas às normas da ABNT, e deverá ser
instruído pelo Projeto Executivo de Implantação da Estrutura de Suporte da
Estação Rádio Base, a especificação dos equipamentos e a planta de situação,
todos os documentos devidamente assinados por profissional habilitado.
§ 1º Para solicitação de emissão do Alvará de Construção deverão
ser apresentados os seguintes documentos:
I - requerimento;
II - projeto arquitetônico e executivo, com o respectivo memorial
descritivo de implantação da estrutura e respectiva Anotação de
Responsabilidade Técnica (ART);
III - documento comprobatório da posse ou da propriedade do
imóvel, bem como informação do número de inscrição cadastral do imóvel nesta
prefeitura;
IV - contrato social da operadora e comprovante de inscrição no
CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas;
V - procuração emitida pela operadora para a empresa responsável
pelo requerimento de expedição do Alvará de Construção se for o caso;
VI - documento que comprove a autorização do proprietário do
imóvel ou detentor do título de posse, para sua utilização;
VII - registro da ERB pela Agência Nacional de Telecomunicações
(ANATEL);
VIII - certidão de uso do solo;
IX - O empreendedor, para obter o Alvará de Construção, deverá
apresentar o contrato de seguro de dano patrimonial e físico contra terceiros e
moradores de imóveis vizinhos ao de instalação de Estações de Rádio Base, Mini
Estações de Rádio Base e equipamentos afins de telefonia celular, sendo que o
Contrato de Seguro deverá ter seu início de vigência na data que começar a
montagem da torre e validade que abranja todo o período previsto para
funcionamento da mesma.
§ 2º A certidão que trata o inciso VIII do parágrafo anterior,
será expedida mediante apresentação de croquis de localização e instalação da
ERB pretendida, indicando o raio de 300 (trezentos) metros da existência de
outro equipamento semelhante, bem como dentro de um raio de 100 (cem) metros da
existência de instituições hospitalares ou de educação infantil.
Art. 14. O Alvará de
Construção, autorizando a implantação das Estruturas de Suporte das Estações
Rádio Base será concedido quando verificada a conformidade das especificações
constantes do projeto de implantação com os termos desta Lei.
Art. 15. Após a instalação
da Estrutura de Suporte da Estação Rádio Base deverá ser requerida para a
Secretaria de Planejamento e Projetos - SEPLAN a expedição do Certificado de
Conclusão de Obra.
I - são documentos necessários para a obtenção do Certificado de
Conclusão de Obra:
a) foto mostrando a identificação da estação de radio-base,
através de placa com dimensões mínimas de 0,60 x 0,40m, afixada em local
visível, na qual conste o nome da empresa operadora, telefone de contato,
número da licença da ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações;
b) Laudo Técnico Conclusivo pela norma da ABNT - NBR 10151
referente à medição do nível de ruído da torre e dos equipamentos. Juntar ao
laudo a ART Anotação de Responsabilidade Técnica, devidamente registrada e
paga;
c) Laudo de Medição da Densidade da Potência realizado em
situações de pleno funcionamento e com a estação transmissora desligada. Juntar
ao laudo a ART Anotação de Responsabilidade Técnica, devidamente registrada e
paga;
d) Licença de Funcionamento da ANATEL - Agência Nacional de
Telecomunicações;
e) Laudo Técnico Conclusivo do Sistema de Proteção Contra
Descargas Atmosféricas (SPDA). Juntar ao laudo a ART Anotação de
Responsabilidade Técnica, devidamente registrada e paga;
f) Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB);
j) foto da calçada para verificação da acessibilidade.
Art. 16. Os prazos, tanto para
a análise dos pedidos de outorga do Alvará de Construção como para expedição do
Certificado de Conclusão de Obra, condicionados a todo o processo estar em
conformidade com as exigências desta Lei e aos prazos necessários para análises
e obtenção das devidas informações de órgãos, conselhos, etc. externos a esta
secretaria, serão de 30 (trinta) dias, contados, da data de apresentação dos
respectivos requerimentos, devidamente acompanhados dos documentos necessários.
Parágrafo único. Findo o prazo estabelecido no caput deste artigo,
se o órgão licenciador municipal não houver finalizado o processo de
licenciamento, a empresa licenciante não estará habilitada a construir a
Estação Radio Base o que só poderá ocorrer após a expedição do necessário
Alvará de Construção. O mesmo se aplica para a operação comercial da ERB, que
só poderá se iniciar após a expedição do Certificado de Conclusão de Obra.
Art. 17. A negativa na
concessão da outorga do Alvará de Construção ou do Certificado de Conclusão de
Obra deverá ser fundamentada e caberá o contraditório, observando-se que o
caberá ao órgão licenciador municipal o direito e a obrigação de fiscalização
do cumprimento da conformidade das especificações constantes do projeto de
implantação.
Art. 18. Na hipótese de
compartilhamento, o licenciamento da instalação dos equipamentos da empresa
compartilhante independerá da outorga do Alvará de Construção e do Certificado
de Conclusão de Obra referidos no Capítulo III desta Lei e será realizado por
meio de procedimento simplificado.
Parágrafo único. O procedimento simplificado a que se refere o
caput deste artigo será instaurado por requerimento formulado pela empresa
compartilhante, instruído com:
I - Licença para Funcionamento de Estação, expedida pela ANATEL,
para os equipamentos de sua propriedade;
II - Alvará de Construção e o Certificado de Conclusão de Obra,
expedidos pelo Município para a Estrutura de Suporte da empresa detentora;
III - autorização para compartilhamento da Estrutura de Suporte,
emitida pela empresa detentora em favor da empresa compartilhante.
CAPÍTULO IV
DA FISCALIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO
Art. 19. A fiscalização do
atendimento aos limites referidos no artigo 6º desta Lei para exposição humana
aos campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos gerados por estações
transmissoras de radiocomunicação, bem como a aplicação das eventuais sanções
cabíveis, serão efetuadas pela ANATEL, nos termos dos artigos 11 e 12, inciso
V, da Lei
Nacional nº 11.934, de 5 de junho de 2009.
Parágrafo único. Após o início da atividade da ERB e a qualquer
tempo, poderá a Secretaria de Planejamento e Projetos - SEPLAN exigir da
empresa responsável a apresentação, através de laudo técnico, da medição da
emissão de radiação eletromagnética.
Art. 20. Constatado o
desatendimento de quaisquer dos requisitos estabelecidos nesta Lei, o órgão
outorgante deverá intimar a empresa responsável para que no prazo de 30
(trinta) dias proceda as alterações necessárias à adequação.
CAPÍTULO V
DAS MULTAS E PENALIDADES
Art. 21. Constituem infrações
à presente Lei, para empresas que operam as Estações Rádio Base:
I - instalar e manter no território municipal Estruturas de
Suporte para Estações Rádio Base sem o respectivo Alvará de Construção e
Certificado de Conclusão de Obra, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei;
II - prestar informações falsas ou inexatas aos órgãos
competentes.
Art. 22. Às infrações
tipificadas nos incisos do artigo anterior, bem como a qualquer transgressão a
dispositivos desta Lei, aplicam-se as seguintes penalidades, à critério da
autoridade competente:
I - advertência, através de notificação escrita;
II - multa no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), caso não
corrigida a irregularidade com a advertência;
III - multa em dobro no caso de reincidência;
IV - cassação do Alvará.
Art. 23. As multas a que se
refere esta Lei devem ser recolhidas no prazo de 30 (trinta) dias, contados da
sua imposição ou da decisão condenatória, sob pena de serem inscritas na Dívida
Ativa.
Art. 24. A empresa
notificada ou autuada por infração à presente Lei poderá apresentar defesa,
dirigida ao titular da Secretaria de Planejamento e Projetos - SEPLAN, com efeito suspensivo da sanção
imposta, no prazo de 15 (quinze) dias contados da notificação ou autuação.
Art. 25. Caberá recurso em
última instância administrativa das autuações expedidas com base na presente
Lei, ao Chefe do Executivo Municipal, também com efeito suspensivo da sanção
imposta, no prazo de 5 (cinco) dias da sua cientificação pela empresa
responsável.
CAPÍTULO VI
NÍVEIS MÁXIMOS DE INTENSIDADE PARA EMISSÃO DE RADIAÇÃO
ELETROMAGNÉTICA
Art. 26. Esta Lei fixa
níveis máximos de intensidade para a emissão de radiação eletromagnética por
antenas de estações de radio base do Sistema Móvel Celular.
Art. 27. As instalações de
antenas transmissoras deverão ser feitas de maneira que a densidade de potência
total, considerada a soma da radiação pré-existente com a radiação adicional
emitida pela nova antena, medida por equipamento que faça integração de todas as
frequências na faixa prevista no Anexo I, sendo que, para frequência de 30 KHz
a 3 GHz, o valor máximo admitido será de 435 micro watt por centímetro
quadrado, para exposição de 24 (vinte e quatro) horas por dia.
Art. 28. A instalação e
operação das antenas referidas no artigo 1º dependerão de autorização prévia da
Secretaria de Planejamento e Projetos - SEPLAN, que:
I - emitirá alvará de licença para instalação em edificações e em
parcelas de terrenos ou lotes;
II - emitirá auto de vistoria das instalações conforme o projeto
aprovado, para fins de operação.
Parágrafo único. Às empresas e concessionárias titulares das
antenas em operação no Município fica fixado o prazo de 12 (doze) meses para o
cumprimento desta Lei.
Art. 29. As empresas e
concessionárias titulares das antenas referidas no artigo 1º deverão no prazo
de 36 (trinta e seis) meses, buscar o compartilhamento das antenas, que deverão
observar a distância mínima de 300 m (trezentos metros) entre si.
Art. 30. O licenciamento
municipal poderá ser cancelado a qualquer tempo, se comprovado prejuízo
ambiental e/ou sanitário relacionado com o equipamento.
Art. 31. A instalação das
torres de telefonia celular devem obedecer os seguintes requisitos:
a) ser precedida de medição da densidade da potência;
b) realização de medição da densidade da potência, após o início
da atividade da Estação Rádio Base;
c) envio dos respectivos laudos à Prefeitura, à Promotoria Pública
e à Câmara Municipal;
d) ser precedida de laudos técnicos expedidos pelo Serviço
Regional de Proteção ao Voo e pelo 4º COMAR - Comando Aéreo Regional.
(Acrescido pela Lei nº 8.244/2007).
Parágrafo único. As medições previstas no item "b" e o
procedimento descrito no item subsequente deverão ocorrer a cada 06 (seis)
meses, as expensas das empresas e concessionárias titulares das antenas em
operação no Município.
Art. 32. O nível de ruído,
medido no limite das propriedades residenciais lindeiras habitadas ou
propriedades comerciais, não poderão ser superiores ao preconizado pelas
legislações específicas, municipal, estadual ou federal, prevalecendo a mais
restritiva.
Art. 33. A instalação das
torres de telefonia celular não poderão trazer prejuízos ao patrimônio
histórico, artístico, arquitetônico, ambiental ou paisagístico, devendo, para
tanto, ser ouvidos os conselhos municipais competentes.
Art. 34. O desrespeito a
qualquer das determinações contidas na presente Lei sujeitará a empresa
infratora a uma notificação para a regularização. Caso as providências
necessárias não sejam tomadas, em 30 (trinta) dias, o alvará será cassado, até
a sua regularização.
Art. 35. O empreendedor,
para obter a licença de operação, deverá apresentar o contrato de seguro de
dano patrimonial e físico contra terceiros e moradores de imóveis vizinhos ao
de instalação de Estações de Rádio Base, Mini Estações de Rádio Base e
equipamentos afins de telefonia celular.
Art. 36. As Estações de
Rádio Base, Mini Estações de Rádio Base e equipamentos afins de telefonia
celular, que estejam operando de forma regular, quando da entrada em vigor da
presente Lei, deverão adequar-se no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, aos
níveis de densidade de potência estabelecidos nesta Lei e de acordo com a
Licença de Operação fornecida pela ANATEL.
CAPÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 37. Todas as Estações
Rádio Base e respectivas Estruturas de Suporte que foram instaladas, segundo as
normas vigentes à época, que se encontrem em operação desde antes da vigência
desta Lei, ficam sujeitas à verificação do atendimento aos limites
estabelecidos no art. 6º desta Lei, através da apresentação da Licença para
Funcionamento de Estação expedida pela ANATEL.
§ 1º Fica concedido o prazo de 1 (um) ano, contado da publicação
desta Lei, para que os responsáveis apresentem a Licença Para Funcionamento de
Estação expedida pela ANATEL, para as Estações Rádio Base referidas no caput
deste artigo e requeiram a expedição de documento comprobatório de sua
regularidade perante o Município.
§ 2º O prazo para análise do pedido referido no parágrafo
anterior, será de 30 (trinta) dias contados da data de apresentação do
requerimento acompanhado da Licença Para Funcionamento de Estação expedida pela
ANATEL.
§ 3º Findo o prazo estabelecido no parágrafo anterior, se a
Secretaria de Planejamento e Projetos - SEPLAN não tiver finalizado o referido
processo, a empresa licenciante estará habilitada a continuar operando
comercialmente a Estação Rádio Base, até que o documento comprobatório de sua
regularidade perante o Município seja expedido.
§ 4º Nos casos de não cumprimento das normas vigentes à época da
instalação, será concedido o prazo de dois anos para adequação das estruturas
já instaladas ou, diante da impossibilidade de adequação, apresentar laudo que
justifique detalhadamente a necessidade de permanência e os prejuízos da falta
de cobertura no local.
§ 5º Durante os prazos previstos nos parágrafos anteriores, não
poderão ser aplicadas sanções administrativas às Estações Rádio Base
mencionadas no caput deste artigo motivadas pela falta de cumprimento da
presente Lei.
Art. 38. As empresas
responsáveis são obrigadas, sob pena das cominações previstas no Capítulo V
desta Lei, a manter nas áreas onde estejam instaladas as respectivas ERBs,
placas contendo o nome e o telefone das empresas operadoras de telefonia móvel
responsáveis pela mesma, para informações e reclamações dos munícipes.
Art. 39. As despesas com a
execução da presente Lei correrão por conta de verba orçamentária própria,
suplementada se necessário.
Art. 40. Esta Lei será
regulamentada por Decreto, no que couber, no prazo de 90 (noventa) dias,
contados a partir do início de sua vigência.
Parágrafo único. No Decreto previsto no caput deste artigo, deverá
ser instituída comissão de natureza consultiva, com a participação de
representantes da sociedade civil e de prestadoras de serviços de
telecomunicações, para os fins previstos no art. 24, da Lei
Nacional nº 13.116, de 20 de abril de 2015.
Art. 41. Esta Lei entra em
vigor na data de sua publicação, ficando expressamente revogadas as Leis nºs 6.544, de 27 de março de 2002, 7.951, de 6 de outubro de 2006, 8.244, de 6 de setembro de 2007 e 11.419, de 22 de setembro de 2016.
Palácio dos Tropeiros, em 2 de
setembro de 2019, 364º da Fundação de Sorocaba.
JAQUELINE LILIAN BARCELOS COUTINHO
Prefeita Municipal
ROBERTA GLISLAINE APARECIDA DA
PENHA SEVERINO GUIMARÃES PEREIRA
Secretária dos Assuntos Jurídicos
e Patrimoniais
MÁRCIO ROGÉRIO DIAS
Secretário do Gabinete Central
FABIO DE CASTRO MARTINS
Secretário de Planejamento e
Projetos
Publicada na Divisão de Controle
de Documentos e Atos Oficiais, na data supra.
VIVIANE DA MOTTA BERTO
Chefe da Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais
Esse texto não
substitui o publicado no DOM de 09.09.2019
JUSTIFICATIVA:
Excelentíssimo Senhor Presidente:
Tenho
a honra de submeter à apreciação e deliberação de Vossa Excelência e Dignos
Pares, o incluso Projeto de Lei que dispõe sobre normas gerais urbanísticas
para a instalação de Estruturas de Suporte de Estações Rádio Base (ERB) e
equipamentos afins autorizados e homologados pela ANATEL Agência Nacional de
Telecomunicações; dispõe sobre normas de instalação, operação e níveis de
radiação emitida por antenas fixas do sistema móvel celular e dá outras
providências.
A
aprovação deste Projeto de Lei justifica-se pela simplificação dos processos
relativos aos projetos, à instalação e à operação dos equipamentos envolvidos,
podendo ser revogados os seguintes dispositivos legais: leis nº 6.544/02,
7.951/06, 8.244/07 e 11.419/16 e decretos nº 13.424/02, 552/02 e 13.775/03,
todos contemplados no presente Projeto de Lei.
Diante do exposto, estando dessa forma justificada a presente
proposição, aguardo sua transformação em Lei, solicitando ainda que sua apreciação se dê em REGIME DE URGÊNCIA, na
forma disposta na Lei Orgânica do Município.