LEI Nº
10.397, DE 13 DE MARÇO DE 2013.
Dispõe sobre
denominação de "TOM JOBIM"
a uma praça pública de nossa cidade e dá outras providências.
Projeto de
Lei nº 447/2012 - autoria do Vereador Paulo
Francisco Mendes.
A Câmara
Municipal de Sorocaba decreta e eu promulgo a seguinte Lei:
Art. 1º Fica denominada "Tom Jobim" a praça pública
localizada na confluência da Avenida 3 de Março com a Rua Paulo Varchavtchik, no Alto da Boa Vista,
Art. 2º A placa indicativa
conterá, além do nome, a expressão: "Músico Brasileiro Emérito 1927 -
Art. 3º As despesas com a
execução da presente Lei correrão por conta das verbas próprias consignadas no
orçamento.
Art. 4º Esta Lei entra em
vigor na data de sua publicação, revogando-se expressamente a Lei nº 5.248, de 25 de outubro 1996.
Palácio dos
Tropeiros, em 13 de março de 2013, 358º da Fundação de Sorocaba.
ANTONIO
CARLOS PANNUNZIO
Prefeito
Municipal
ANESIO
APARECIDO LIMA
Secretário de
Negócios Jurídicos
JOÃO LEANDRO
DA COSTA FILHO
Secretário de
Governo e Relações Institucionais
Publicada na
Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais, na data supra
SOLANGE
APARECIDA GEREVINI LLAMAS
Chefe da Divisão de Controle de Documentos e Atos Oficiais.
Este texto não substitui o publicado no Diário
Oficial.
JUSTIFICATIVA:
O músico
brasileiro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida
Jobim, conhecido como Tom Jobim, era maestro, arranjador, compositor, pianista
e cantor. Sempre foi um artista completo, antes mesmo de ser um dos criadores
da Bossa Nova, no fim dos anos 50.
Devido às
suas incontáveis virtudes artísticas, elevou o nome de nosso país
internacionalmente, tanto que a crítica americana saudou-o
como um dos melhores compositores do mundo: o severo crítico Leonard Feather, do "Los Angeles Times", considera
"Águas de Março" uma das melhores canções de todos os tempos.
O número de
composições de Tom Jobim, que tanto enriquecem nossa cultura, em 45 anos de
carreira, ultrapassa 500. Entre elas, dezenas de obras-primas que se ouvem no
país e no mundo: "Garota de Ipanema", "Wave",
"Desafinado", "Corcovado", "Retrato em Branco e
Preto", "Se Todos Fossem Iguais a Você", entre outras.
Além desse
incontestável talento musical, Tom Jobim era um ser apaixonado e identificado
com a natureza.
A evidência
dessa afirmativa, extrai-se da obra dedicada a ele pela Editora Index,
"Visão do Paraíso", que seus textos se traduzem numa bela memória da
Mata Atlântica, provando sua infinita paixão pela natureza. Como exemplo,
podemos citar: "Dindi", Borzeguim" e "Águas de Março",
todas inspiradas na Mata Atlântica.
Tom Jobim
afirmava categoricamente que o belo visual da Mata inspirava para fazer música.
"Na Mata Atlântica a vida é em profusão. Aqui é o pindorama, a
terra das palmeiras... Mas é bonita a Mata, muito
bonita! Por mais que a gente ande por aí, está sempre abismado com a
exuberância de virtude, com a riqueza. Como diz o Drumond, é uma doação
ilimitada a uma eterna ingratidão... Desta floresta incrível, exuberante, cheia
de bicho, de planta, de árvore, restam só 7 ou 8%. Isso não é possível. Ouvi
dizer que os homens, desde que desceram das árvores, começaram a
cortá-las."
Pelos textos
acima, constata-se a preocupação deste brasileiro com os destinos da natureza e
o eterno conflito entre ela e o homem.
Tão
significativo é o liame entre Tom e a natureza que José Pedro de Oliveira
Costa, Presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata
Atlântica, assim definiu o artista: "Tom Jobim dedica e dedicou à Mata
Atlântica a mesma atenção, sensibilidade, toda a força de sua privilegiada
inteligência, que emprestou à sua produção musical. Estar na mata, sentir o
cheiro do mato, seu amor pela floresta, ver, cantar um resto de mato na luz da
manhã é algo natural, tão verdadeiro nele como a sua arte. Ele discorre sobre a
Mata Atlântica como quem fala de sua casa, ou conta embevecido sobre a primeira
namorada. Discorre horas sobre a floresta encantada, pássaros, azulões,
tico-ticos, a beleza da mata virgem, sua importância como guardiã da água e da
vida. Diz coisas incríveis, de conhecimento profundo. É testemunha visual da
devastação bruta ocorrida nas últimas décadas e se revolta com isto... A obra
de Jobim é hoje uma das melhores coisas que acontecem na vida de um
brasileiro... Sua música é uma descoberta única, glória nacional como a obra de
Villa Lobos, de Caymi, como a Batalha dos
Guararapes."
Assim, a
presente proposição objetiva render uma justa homenagem a esse brasileiro
reconhecido tanto por nós como por tantos outros países, eis que, a arte, a
cultura e o amor eterno à natureza não conhecem limites ou fronteiras.